Poemas : 

E a ovelha era raposa

 
Ela mostrou que iria ficar nessa noite sem fim
Eu não tinha certeza se queria que ela ficasse
Mas o que poderia eu dizer, o que eu poderia?
De madrugada, às 15 para uma hora que não vi
Ela poderia estar em casa, mas isso é tão longe
Não queria dizer a palavra certa mal colocada
Sou lobo que corre solitário na estepe eu diria
Eu a desejava, mas não roubar-lhe a inocência
Todavia, não era mais possível voltarmos atrás
Olhei-a e meu olhar era úmido de compunção
Estendi minha mão e toquei o seu rosto macio
Seus lábios se entreabriram num breve sorriso
Pude sentir sua respiração, bater seu coração
Ela deixou-se cair ao meu lado tão insinuante
Mil pensamentos revolveram na minha cabeça
Eu imaginando o que lhe dizer no dia seguinte
Mas que nada, pois já não foi possível segurar
Enlaçado no seu fascínio por fim nos amamos
As estrelas passaram sobre um abraço infindo
O amanhecer sucedeu e ela vindo se despedir
A porta-se fechou, eu perplexo e apaixonado
Mal pude segui-la pela janela, indo rua abaixo


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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