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de quando em vez … estremeço

 
Tags:  palavras    memórias    poema amor    ninfas  
 
Como um vento de um Setembro fim de tarde
a roçagar
ao de leve a minha pele num arrepio quente de neve
as palavras
as tuas palavras, essas, vinham,
sementes embuçadas
harmoniosas
melódicas
pousar serenas nos meus ombros,
nos meus braços
nos meus seios
em contornos incontaminados de beijos
cobiçosos.

Num voar improvável de ave tímida
sentava-me na beira do poço
ladeado de avencas
e esperava.

Era Setembro, e logo, logo, o Outono
se declarava
Inverno.

Do fundo do poço agora
o espelho indiciado nalguns versos
numa labareda de chama eterna:
- fulge, flama, eclode,
quando, a tarde devolvida à noite,
define o palco do teatro da saudade
em rendilhados
em bailados de nenúfares e filigrana
e ninfas (outras) - divindades da água -,
com rostos de amêndoa e línguas assoreadas.

Sabes?
ainda aqui estou, sentada na aba do poço
de pés afincos à lama dos tempos;
de quando em vez … estremeço
e vejo uma estrela a lapidar estrelícias
em caules de margaridas …


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Autor
Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 17/05/2008 22:59  Atualizado: 25/05/2008 23:29
Usuário desde: 08/10/2007
Localidade: Caniço-Madeira
Mensagens: 4412
 Re: de quando em vez … estremeço
...e vejo uma estrela a lapidar estrelícias
em caules de margaridas …

Sem palavras amiga
Você vê cada coisa linda, quem me dera ver também, nem fechando os olhos fortemente...

Estrelas a lapidar estrelicias...

Beijinhos poetisa
Tudo de bom para ti


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/05/2008 08:36  Atualizado: 18/05/2008 08:36
 Re: de quando em vez … estremeço
Pois é querida poetisa, ao ler poemas assim temos mesmo que estremecer maravilhados.
Beijinhos