Luso-Poemas
 
Poemas : 

Cedo

 
O poema do momento
É o poema não nascido,
O parto esquecido,
O feto jogado ao relento.

O poema não se alimenta.
Mistura agonia e sofrimento.
Poema do descontentamento
Que, por si só, não se sustenta.

O poema do dia é uma mentira.
Um misto de dor e desafio
O poema escorre feito um rio
De lágrima mortas que eu sentira.

E o que te importa isso?
Quem sente o que a gente sente?
Cada um com seu próprio umbigo.
Cada escopo com sua própria lente.

Confesso que tenho frio.
Confesso que tenho medo.
Não conte ao meu inimigo
Mas hoje eu vou dormir mais cedo.

Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 29/05/2025 22:16  Atualizado: 29/05/2025 22:16
Moderador
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3835
 Re: Cedo p/ Gyl
A simplicidade torna-o complexo, exige atenção e uma boa dose de sofrimento por sabermos que somos pouco mais que nada. A exigência de reflexão pede-me várias leituras, vários pontos de vista.


Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 30/05/2025 16:56  Atualizado: 30/05/2025 16:56
Administrador
Usuário desde: 06/05/2024
Localidade: Braga
Mensagens: 1315
 Re: Cedo
quem mais cedo se deita, mais cedo se levanta, contando que terá mais discernimento para o poema vivaz!

abraço e bom fim de semana

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