Despi o seu corpo meigo, sem receio,
Meus olhos de menino, a desvendar o segredo.
Confesso-te que eu tive medo:
Um homem a uma mulher descobrindo.
A textura da pele, a boca, os seios...
Tudo me inebriava, me envolvia,
O mundo lá fora de tudo alheio
Daquele pequeno pedaço de paraíso.
E assim eu lhe dei o primeiro beijo...
Parecia que até pássaros cantavam,
Enquanto meus desejos, despidos e acesos,
Eram vulcânicos Vesúvios de libidos.
E quando fui aproximando do meio
Daquele jardim de flores proibidas,
Senti que o tamanho do meu desespero
Se perdia naquele edênico paradisíaco.
E fui descortinando o teu corpo,
Apalpando sua graça e seu pudor,
No ritmo inebriante do nosso amor,
Que era puro e inextinguível fogo.
E no momento crucial do gozo,
Entre espasmos sagrados, de êxtase e paz,
O universo do nosso amor, tão glorioso,
Parecia que permanecia parado.
Que pena que tudo tenha fim,
Até estes momentos indizíveis:
Dois corpos plenos, dois incríveis
Anjos se unindo em êxtase e em si.
Gyl Ferrys