O tédio, na sua pura essência,
Nada mais é que um fragmento do nada,
Diluído no asfalto de uma estrada,
Digo eu em minha razão de ciência.
Tão certo como eu ter esta demência,
Na estrada inexistente ou inventada,
Esmagamo-lo a cada passada,
Resistente da nossa paciência.
Ao longo dos anos, ai quem me dera…
Não ser a dor mais do que uma quimera,
Sonho mau que não nos deixa dormir…
Mas sei bem que entre o chegar e o ir,
Neste exacto momento do existir,
De cada inverno brota a primavera.
28 de Fevereiro de 2003