Sonetos : 

Além-mar, aquém do sonho e da luz

 
Além-mar, aquém do sonho e da luz,
Ignotos mares por onde velejo,
Mesmo até nos dourados do Alentejo,
Ou nos montes serranos gris e nus.

Por me esconder, não sei onde me pus,
Não sei se à dor me faça ou ao desejo,
De me encontrar morto num lugarejo;
Nem braços tenho para a minha cruz.

Ensimesmado ao peso do burel,
Caminhando, também eu, sobre as ondas,
Entre a terra e o céu venho a pensar…

Terei sido esculpido sem cinzel?
A tudo o que indagar não me respondes,
Que mesmo sem batel vou navegar.

18 de Março de 2010

 
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ViriatoSamora
 
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