Pousa em mim a sombra da morte mansa,
Oca a felicidade e desprezível,
Quanto mais são, mais moldam o invisível,
E elas mesmo serão mera lembrança.
Virá a sempiterna hora da vingança,
Levantada do mundo perecível,
Dentre ossos sem carne, com força incrível,
A alma ufana na ponta de uma lança.
Será desfraldada aos ventos bravios,
Escorrerá suor nos dias frios,
O seu pior inimigo é a saudade…
E até nesses corações pouco pios,
Que a todo o momento a descrença invade,
Do paraíso ao menos verão metade.
28 de Fevereiro de 2011