O sacramento, a igreja, o ritual,
Fúteis as mulheres, multicolores,
Homens enforcados num nó banal,
A morrer, ainda davam vida as flores.
Duas meninas pobres e sem cores,
De sorriso triste e olhar igual,
A quem nenhum santo curava as dores,
Davam-se à caridade intemporal.
Tosca, mas natural, como uma pedra,
Pedinte entre fulanos e sicranos,
Mais de ternura que de bens mundanos…
A mais pequenina então lhes segreda:
Mesmo que não me dês nenhuma moeda,
Dá-me um beijinho, pois, que hoje faço anos.
13 de Julho de 2005