Sonetos : 

Dizem-me que valho o mesmo que os ventos

 
Dizem-me que valho o mesmo que os ventos,
Eternos invisíveis, mas contudo
Os mais livres dos quatro elementos,
Vivem e dão-se num som quase mudo.

Levantam as poeiras da terra e tudo
Dança aos seus sabores como fragmentos;
Dão terror ao mar como dão veludo,
Ao fogo dão-lhe a morte ou os alentos.

Não posso, pois, valer assim já tanto,
Sempre fui pouco e só isso garanto,
Não me dêem forças querendo-me mal…

Nunca fui santo! Onde está o espanto?!
Tenho em mim um deus, um deus imoral!
Ventos?! Hão-de soprar no meu coval!

08 de Setembro de 2010

 
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ViriatoSamora
 
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