Sonetos : 

Rei deste reino só quando entardece

 
Rei deste reino só quando entardece,
Que é quando o sol nas pálpebras descansa,
Foge a pressa ao tempo, que não avança,
Soe dizer-se nada é o que parece.

Como aquele momento em que se adoece,
E nos assalta a febre com pujança,
Vem dos confins ao cérebro a lembrança,
Do passado que sem fuga envelhece.

Sem súbditos, sem ceptro nem coroa,
Em colos de madrugadas insones,
Teço em mim a teia com que te abraço…

Escuridão que és luz, mesmo que doa,
Mata-me até, mas nunca me abandones,
Que a cada aurora nada eu me desfaço.

24 de Abril de 2024


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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