À tua memória vou brindar,
Em marés nostálgicas, em surdina,
Cantando pregões de qualquer varina,
Que traz as ondas no jeito de andar.
E se ora sinto a areia branca e fina,
Falecem-me as forças para nadar;
Faço-me à praia morto, a enterrar,
Matinal alegria dum ardina.
Só que antes da síncope ao sol brutal,
Ou numa golfada de maré cheia,
Vem-me em desespero uma só ideia…
Abafa o vento o canto da sereia,
Ó trágica utopia sem igual!...
Fecho os olhos, um ao bem outro ao mal…
22 de Abril de 2006