Não existo. Só este meu devaneio
mudo se expressa aqui. Pontualmente.
Não pretendo dizê-lo a toda a gente,
Lindo não é de se dizer. Nem feio.
Quero desfazer-me na noite quente,
Fundir-me no breu, rasgá-lo ao meio,
Montar-me na lua, apalpar-lhe o seio;
Ora digam lá se não estou doente?
Mas digam alto, antes que me enfureça!
E desate à pedrada a quem me inspira,
E me entregue num nihilismo sem fim…
Deixem-me acabar, antes que enlouqueça,
Por vezes dá-me menos do que tira,
A poesia, que me mantém em mim.
30 de Setembro de 2012
Viriato Samora