Pousa em mim a sombra da noite mansa,
Vencido o luar, mas sem vencedor,
Chegada e vista mais do que se alcança,
Ferindo e sarando seja quem for.
O teu ópio que embriaga a dor,
Sou teu soldado e tu és minha lança,
És meu berço, minha urna, meu amor,
A mais bela puérpera de esperança.
No teu ventre de breu iluminado
Vive um feto ávido por renascer,
E em cada ocaso sempre fecundado.
Quando vens já penso na despedida,
Virei amanhã para te rever,
Neste cais de chegada e de partida.
14 de Fevereiro de 2007