Nove meses de gestação, clausura,
Morre comigo esta sobrevivência,
Esta luta intensa contra a demência,
Água dura pedra mole não fura.
Hão-de perguntar-me pela ciência,
De vencer o desespero sem cura,
Por cada dia de alegria impura,
Pela imortalidade e transcendência.
E perguntem-me por mim, se ainda sou
Quem fui, quanto se amou e desamou,
Perguntem-me pela resposta ausente…
A ninguém respondo, só vejo em frente,
Alas de rostos de nenhuma gente,
Donde vim não sei, para mim vou.
20 de Dezembro de 2016
Viriato Samora