Sonetos : 

Nove meses de gestação, clausura

 
Nove meses de gestação, clausura,
Morre comigo esta sobrevivência,
Esta luta intensa contra a demência,
Água dura pedra mole não fura.

Hão-de perguntar-me pela ciência,
De vencer o desespero sem cura,
Por cada dia de alegria impura,
Pela imortalidade e transcendência.

E perguntem-me por mim, se ainda sou
Quem fui, quanto se amou e desamou,
Perguntem-me pela resposta ausente…

A ninguém respondo, só vejo em frente,
Alas de rostos de nenhuma gente,
Donde vim não sei, para mim vou.

20 de Dezembro de 2016


Viriato Samora

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
16
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.