O teu aceno em mim esperançou,
A quimera torpe de tão vã glória,
Naquela noite em que tudo mudou,
Num aconchego de calma ilusória.
No troar da voz que ali se calou,
Na reescrita rara da minha história,
Outra força de mim se ergueu e voou,
Chamam-lhe loucura, eu chamo memória.
Os sinos repicando aos desgraçados,
Vieram dementes e espicaçados,
Por mim buscando à luz duma candeia…
Como Diógenes, alucinados,
Esfaimados em voraz alcateia…
Fugi-lhes pelas garras, como a areia.
09 de Outubro de 2021
Viriato Samora