Sonetos : 

Em fraqueza tão forte à luz do poente

 
Em fraqueza tão forte à luz do poente,
Imerso na terra, cadáver feito,
Tomam-me versos no meio dum pleito,
Olhares rasgados em gente doente.

Foca-se em mim a juíza de repente,
A voz da justiça no seu direito,
Razão que aqui domas sem teres peito,
A um canto a bandeira, imperialmente.

Na sala austera barricada ao sol,
Entre a mãe chorosa, o filho sem pai,
Foge, pensamento! Vai livre e só…

O que não sei e sei vive em formol,
Cérebro morto que por ali vai,
Rasgando as vestes ao tempo, sem dó.

22 de Maio de 2023


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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