Sobre o leito do teu peito pousada,
A inocência morta do esforço vão,
Na pele ebúrnea suada e sagrada,
Viu a noite e o fim daquele Verão.
A carne feita verbo de ilusão,
O que se perde e se canta na toada,
Grande amor esse do poeta, malsão,
Onde bebe e se consome no nada.
Foste o sonho que se encarna num poema,
O espírito soprado num fonema,
Sobre ti, sobre mim, nosso o universo…
Foste tanta estrofe e eu somente um verso,
A bússola, o compasso, o pólo adverso,
E sobre o leito da terra, a cruz suprema.
29 de Março de 2024
Viriato Samora