Perdeu a vida por desprezar a morte,
Julgou-se eterno em sua juventude,
Negando os sinais, perdendo saúde,
E viveu sem temer que finda a sorte.
Acha que sempre terá corpo forte,
Que nunca faltará tanta atitude,
Surdo a conselhos com solicitude,
Seu tempo selou com trágico corte.
Busca o fim ao desprezar viver,
Pois a vida e a morte estão lado a lado,
É infinita a nossa finitude.
A morte ensina como deve ser,
Quem a ignora segue despreparado,
e a imprudência nunca será virtude.
Souza Cruz