Poemas : 

Para Loucos (128ª Poesia de um Canalha)

 
A demência é pura ciência
Para alguns protuberância
Vil dor de difícil pronúncia
A autopsiar uma ausência
Com a voz da intolerância
Escrita por falsa denúncia

Os passos com ar de ócio
Um por outro em audácia
Trocados a fogo d'artifício
São erro de ruim negócio
De tretas ou mera falácia
Tais ossos de velho ofício

Noutra hora a vida fingiu
Calou-se quando morreu
No mar seco onde morou
O paciente louco desistiu
Onde o verso sobreviveu
Ao arcano que sussurrou


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 19/07/2025 13:34  Atualizado: 19/07/2025 14:18
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Mensagens: 16215
 Re: Para Loucos (128ª Poesia de um Canalha)
Três estrofes com seis versos ( poderia ter mais acurácia, menos incúria, na composição e rigidez métrica ou na posição das sílabas tônicas para manter a fluidez e o ritmo que poema insistiu e implorou para ter) onde a reflexão sobre a fragilidade da mente humana e a inexorabilidade do tempo aborda, de forma intrigante, a demência como ponto central. O que seria a loucura? Uma ilha no oceano da razão ou um continente?
Gostei do abuso das paroxítonas em quase todas as estrofes ( deveria ter mantido em todas). Lembrou -me a música " Construção", do Chico Buarque de Holanda, onde ele fez o mesmo, porém com proparoxítonas. Obrigado pela partilha!