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Poemas : 

Para um Mau Tempo (129ª Poesia de um Canalha)

 
Dançavam-se nuas as valquírias
Em chãos de aromas inebriantes
Com divino êxtase quase mortal
O rubro olhar do Sol nas lezírias
Deleitado com infinitas amantes
Adormece ali numa Lua desigual

O dia acorda nos braços da noite
Assim como estou em teu regaço
Olhos nos olhos de um dia depois
Onde breve a sua alma se acoite
E juntos se trocavam num abraço
Morreu ali um pouco de nós dois

Suspirava-me assim um caminho
De mão em mão caído das folhas
A segredar um último dia do ano
Se o amor da flor viesse sozinho
E esperasse o teu que desfolhas
Dava-lhe a este olhar mar ufano


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 23/07/2025 17:26  Atualizado: 23/07/2025 17:26
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Mensagens: 991
 Re: Para um Mau Tempo (129ª Poesia de um Canalha) p/ Alemtagus
Olá, Alemtagus.
O primeiro verso me ganhou logo de cara, com um clima intenso, quase místico. Gosto dessa mistura de mitologia com sensações humanas.
A imagem do dia acordando nos braços da noite traz um ritmo suave e melancólico, e o “morrer um pouco de nós dois” mostra uma vulnerabilidade que toca quem lê.
O olhar final, comparado ao mar, mostra uma entrega bonita, mesmo em meio à espera.
Lindo !
Abraço.


Enviado por Tópico
Katz
Publicado: 23/07/2025 18:05  Atualizado: 23/07/2025 18:05
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Mensagens: 205
 Re: Para um Mau Tempo (129ª Poesia de um Canalha) para Alemtagus
Querido Alemtagus.

Esse poema é de uma beleza antiga, quase mística. Ele dança entre o erudito e o íntimo com delicadeza rara. Eu fiquei um tempo quieta depois de ler.

Seu poema tem cheiro de eternidade e despedida. Ele fala de amor com aquela melancolia que não dói, encanta. As imagens são de um lirismo elegante, como se as palavras tivessem sido colhidas ao luar.

Fiquei com a sensação de que algo sagrado passou por aqui. Obrigado por esse instante.

Muitos beijos

Katz