SARDÔNICO
Sorriu como sorri um assassino
Em face da mulher desfalecida.
Dir-se-ia a lhe roubar a própria vida,
Tendo por entre as mãos o seu destino.
Logo ela o olhou surpresa, em desatino,
Como lhe adivinhasse a mal contida
Estupidez da mente envilecida,
De vão e malicioso libertino.
Fugiu de seu olhar a mascarar-se
E ocultar-lhe a maldade no disfarce
De bom moço que usara até ali.
Ela, porém, afasta-se com medo,
Após ter descoberto seu segredo,
Enquanto ele sorria para si.
Betim - 07 08 2025
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.