Não podem os poetas cantar-te, amor,
Que a todos vais matando, sem embargo
de os ressuscitares, a teu encargo,
Sempre que estás só com a tua dor.
Quem és, que não cabes no peito largo?
Almejas o valor e desvalor,
Ousas ser bênção de nosso senhor,
E escondes no mel o teu travo amargo.
Por tanto há quem te odeie e quem te queira,
Quem te encontre num carrocel de feira,
Dos que quase levam a consciência…
Outros há que te buscam com ciência,
E em teses dissertam-te com fluência,
Mas somente erras sem eira nem beira.
11 de Junho de 2010