À luz da candeia sou um sonhar,
Lesta a pena de que ora sou senhor,
Donde escorre este meu sangue sem dor,
Este desejo de alguém me escutar.
O meu querer ninguém pode imitar,
Existe pintado numa só cor,
Num quadro belo a que chamam amor,
Na arte de embalar a sereia o mar.
O meu dizer perpassa a liberdade,
Quando beija este peito adormecido,
Um rasgar da sombra pela claridade…
O meu viver é um temor sumido,
Que tragando o tempo em perene idade,
Só teu rosto vê no céu esculpido.
30 de Abril de 1995