A PLENOS PULMÕES
Puxava o ar co’a urgência de afogados,
Como estivesse a vida por um fio,
N’um respirar frenético e sombrio,
Ainda d’olhos vãos e esbugalhados.
Desabo sobre mim sem mais cuidados,
Arfando pelo chão feito um vadio.
Talvez olhasse a morte em desafio,
Reduzido a suspiros extenuados.
Mas, além de tudo isto, o coração…
Batendo acelerado em explosão,
Quase que já me saindo pela boca.
E esse sopro, momento após momento,
Pareceu-me a própria alma em movimento,
Quando o corpo a si mesmo se provoca.
Betim - 24 08 2025
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.