
Foi essa árvore, a mesma senhora distinta, de casaco comprido de inverno, plumas ao pescoço, e pés delicados cravados no chao, que ensinava a rir. As pessoas tiravam anos de cima, procurando o prospecto daquela maravilha da criação por todos os lados. Nas estações do ano, nas parangonas dos jornais quando caminhavam para os seus trabalhos. Houve até o caso de uma mulher, atrasada no tempo, e de amores tépidos e sem sabor, que estendeu manta de retalhos na abertura do jardim onde a multidão de pessoas se concentrava, e ali ficou o tempo necessário ate conseguir um pouco de tempo para se confessar defronte de ramagens, folhas, folículos, caules e raízes ocultas. Falou, depois de comprovar a ausência de testemunhas, do que tinha deixado para trás em vários pontos das redondezas. Conversas por acabar. Amores ocasionais e desnecessários. E ate o sitio escolhido onde, num acaso de loucura depreciativa, deveriam deixar as suas cinzas quando morresse. A árvore respondia como sempre. Deixando o vento percorre la em mil acasos de brisa, o que inexplicavelmente despertava nas pessoas a vontade e o estímulo do riso.
Fraco para o tempo, forte para o tempo a passar