Cantaram-te já todas as colinas,
Teus olhos sobre o Tejo vão boiando,
Os cais sempre os tiveste nas esquinas,
Onde o fado se faz sem saber quando.
Já sem ouvir pregões nem ver ardinas,
Despeço-me de ti e vou andando,
Pregas-me ao colo e sobre mim te inclinas,
Segues-me por teus becos suspirando.
Descobrir-te é um gosto que se prova,
Desde criança pela mão do avô,
Quem não o sabe é como quem nunca amou…
Toda a rima em ti se fez e esgotou,
A mesma que contigo se renova,
Como aqui bem vês nesta simples trova.
17 de Janeiro de 2011
Viriato Samora