Aconteça o que acontecer, não sou
O sábio que sempre procurei
Entre a justeza das coisas, na lei,
O anjo impoluto que sempre perdoou.
Carrego contudo as dores da grei,
Vergam-me ao chão que sempre me invejou,
Eu, suspiro que nunca suspirou,
Atlas da dor com que me transformei.
Fui acontecimento acontecido,
Naquele momento em que todos dormem,
E deus faz a ronda pelas tabernas…
Ou talvez acontecer repetido,
No corpo dos anos que se consomem,
Ansiando pelas coisas eternas.
24 de Janeiro de 2011