Poemas : 

Gesto de Fonte

 
Houve um instante
em que o limite
não suportou mais silêncio.

Um fio cresceu
até ser corrente.

O corpo entendeu
que ficar
era também definhar.

O que rompeu
não foi falha,
foi nascente:

um gesto de fonte,
a ousadia do excesso
que fez do abismo
um berço.

Deixar o lugar antigo
foi como abrir os pulmões
para um ar que já esperava,
paciente.

E quem se move assim
não retorna.

Carrega no peito
a lembrança
da primeira queda,
a que mais fundo liberta.

 
Autor
Aline Lima
 
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