O teu amor, doce amor forasteiro,
Saiu de ti, fez-se à vida e não voltou;
Pobre amor, pérfido amor derradeiro,
Assim te engrandeceu e abandonou.
Cuidaste-o original e pioneiro,
Ave que das tuas mãos se soltou,
E em liberdade voou pelo céu inteiro,
Até honrar o chumbo que a matou.
Custaram essas asas formidáveis,
O preço em trocos de felicidade,
Quando ousaste assim partir, sublimaste-te…
Como Ícaro de alturas admiráveis,
Não suportando o peso da verdade,
Entre risos e nuvens desgraçaste-te.
14 de Março de 2011