Pela sombra imposta da tua ausência,
Presente no meu passado tangível,
Vinte anos de loucura inesquecível
Moem-me a razão e a paciência.
À luz de insónias de sonolência,
Em que encarnaste vesta e besta incrível,
E eu de aço em forma humana perecível,
Lutei só pela minha independência.
Não foste mais do que areia entre os dedos,
Apertada em punhos de paixão bruta,
Não foste menos do que o tudo que eras…
E nesses meus doces anos azedos,
Renasci em cálices de cicuta,
As dores tomei e as forças das feras.
03 de Agosto de 2014
Viriato Samora