Sonetos : 

Houve um dia já distante no peito

 
Houve um dia já distante no peito,
Em que ousei incomodar o paraíso,
Na alma alegria, na boca um sorriso,
Perdido em mim e em todo esse meu jeito.

Olhava-me ao espelho e não me via,
Recebia o mundo e não me fartava,
Porque a dor era doce e eu não sentia,
Arder a chama que então me queimava.

Envelhecido em todo o meu saber,
Na casca de carvalho desta vida,
Renasci, apurado, no meu ser.

Esboço riscos de filosofia,
Em espasmos de loucura sentida,
Que lá vai remediando a poesia.

16 de Outubro de 1998

 
Autor
ViriatoSamora
 
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