Morre a esperança, viva a esperança!
Pela luz de cada aurora teimosa,
Das entranhas vencida a nebulosa,
Luzindo nos olhos duma criança.
É muralha no vento que a balança,
Destemida, contudo receosa,
Não se sabe se é poesia, se é prosa,
Só que recua tanto quanto avança.
Dê-se-lhe um nome; falso, pois, que seja;
Contudo forte, como a alma que o almeja,
Candeia que faça seguir em frente…
A maior força, mesmo essa, fraqueja,
Cai aos pés da dor que lhe diz: presente!
Para depois se erguer eternamente.
20 de Fevereiro de 2013
Viriato Samora