Já fui escravo e fui imperador,
Fui números, letras, fui um desenho,
Fui tudo o que perdi e tudo o que tenho,
Fui prazer e dobrei o Bojador.
Já fui velho, criança, homem, senhor,
Já fui rasca, já fui arte e até engenho,
Já fui quem não sou e assim me mantenho,
Já fui quem se dispôs ao teu dispor.
Mas se tanta coisa já fui ou não,
Quem raio eu sou numa definição?
Serei um todo ou serei um bocado?
Já sei! Sou átomo soprado em vão,
Cifra, contribuinte para o Estado,
Para mim sendo às vezes um achado.
07 de Abril de 2011
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