Sonetos : 

Trago dentro do peito uma navalha

 
Trago dentro do peito uma navalha,
Que me espeta e mui dói, mas não faz chaga,
Até porque é dos versos acendalha,
Sendo também da vida grave draga.

Trago dentro da alma uma voz grisalha,
Que sempre me guiou na sua saga,
E louca diz-me que é entre a gentalha,
Que a minha onda encontrará a sua vaga.

Trago dentro de mim um sentimento,
Secreto como um dogma em gestação,
Que do nada desta gente é fragmento…

Trago dentro da boca o coração,
Qual verdade encerrada num convento,
Que ao altar da pena sempre diz não.

03 de Janeiro de 1996

 
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ViriatoSamora
 
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