Olhai Morfeu e seus possantes braços,
Embalando a desgraça e a fantasia,
Que um sono, mesmo dos mais toscos traços,
Esmaga a dor como uma anestesia.
Esquecem-se todos os embaraços,
No momento em que o cadáver jazia,
Arfando calmo em múltiplos compassos,
Dados pelo peito que quase explodia.
Porque o sono ante o sonho ou pesadelo,
Sempre cede e perde a ponta ao novelo,
Amassando ficção com realidade…
Não mais faça a alma para merecê-lo,
Já que a melancolia sem maldade
Galga e impõe-se insone sem ter piedade.
26 de Abril de 2011
Viriato Samora