Dão-te voz os quatro nas escrituras,
Teu filho disseste ser muito amado,
Esse que deste ao mundo sem pecado,
Deu-te para isso, naquela altura!
Entregaste-o à mãe crucificado,
Morto e cru nos seus braços de ternura,
Indiferente à dor, à dor sem cura,
Altivo deus que não és, mas irado.
Quem é o pai que o filho doa à morte?
Para chorar à sombra da cruz forte,
Na bebedeira da ressurreição?...
Um filho não é mais um dogma, é sorte,
Por ele me ajoelho à tua ilusão,
Grato por ser gente e ter coração.
26 de Maio de 2017
Viriato Samora