Em nenhum outro lado se sentiu
O abalo sísmico da nostalgia,
Epicentrado em mim, por mim subiu,
O coração à boca que o mordia.
No peito fendido que se esvazia,
Na mente oca que da razão fugiu,
Um tédio ficou e só crescia,
E esse é o meu único poderio.
Tão grande que em Sansão já transformado,
Sem ver o mundo e às colunas firmado,
Fui eu e mais um céu que desabou…
Ali fiquei sob pedras descansado,
Com o gozo de tudo terminado;
O pó foi o vento que o arrastou.
29 de Abril de 2011
Viriato Samora