Sonetos : 

No meu peito fendido com um raio

 
No meu peito fendido com um raio,
A luz do último instante alvoraçado,
Brilhou um brilho débil, apagado,
Velando o meu derradeiro desmaio.

Ainda vivo ou talvez ressuscitado,
Porta aberta sem saber se entro ou saio,
Caí no mundo, neste mundo onde caio,
No chão sepultado, no chão pisado.

O meu amor é fonte que não jorra,
A vida perde-se sem ter desforra,
O tempo é só uma palavra: inclemente.

E eu sou nesta página que se borra,
Cantarei no silêncio da gente,
Erguido dos mortos, como um valente.

14 de Dezembro de 2010

 
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ViriatoSamora
 
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