O vento que encrespa o mar, meu amigo,
Doce e perfumado de ti sozinho,
Sopra pelos becos por onde sigo,
E entra-me pelo quarto onde definho.
Distante onde estejas, és meu abrigo,
Em ti adormeço devagarinho,
Contigo não sinto qualquer perigo,
Acesa és candeia no meu caminho.
Ainda que cego pela luz do dia,
E turvado pelas sombras da noite,
Não tenho sido eu, tolo enlouquecido…
Hoje à tua luz, que me anima e guia,
Peço a Deus que em teu regaço me acoite,
Por amor a ti não mais esquecido.
21 de Junho de 2015
Viriato Samora