Sonetos : 

Aos pés do mar é quando me liberto

 
Aos pés do mar é quando me liberto,
Lanço às vagas o destino do medo,
Numa garrafa de gargalo aberto,
Onde guardei o meu grande segredo.

Boiando, porém, inseguro e incerto,
Sem lua nem sol, estrelas nem credo,
Tanto de mim vai assim descoberto,
Que às ondas brado e estremeço o rochedo:

- Navegantes de barcos esquecidos,
Que têm nos conveses adormecidos,
Os entes do mundo ébrios de embalo…

Vão meus males à deriva perdidos,
Entre eles também meu riso, deixá-lo!
Que os males em terra querem matá-lo.

27 de Agosto de 2021


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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