Na noite mais triste da nostalgia,
Lenta numa agonia temperada,
Sem fazer caso da capa estrelada,
A lágrima na face um sulco abria.
Era um pensamento que ali nascia,
Simples alento no relento, um nada,
Um aceno sem mão que o rosto afaga,
A estrada sem rota de ti vazia.
Foi um livro não escrito, sem voz,
Porque as palavras livres não têm corpo,
De nenhum livro são prisioneiras…
Nessa noite e com tanta gente a sós,
Lancei do patíbulo onde me enforco,
As mais bem ditas, as mais verdadeiras.
18 de Setembro de 2021
Viriato Samora