Quando eu ficar senil, despalavrado,
E errar pelos campos de ti floridos,
Cheio de sentimentos sem sentidos,
Só pela solidão acompanhado…
Alucinam-me os ventos em zunidos,
Vivos, como o teu corpo embalsamado,
Que possuí já sem sangue e desflorado,
Sob o céu sem tecto em vales despidos.
Enfim chegado ao longe da distância,
Morto, quero dizer, enlouquecido,
Por tanto deserto, tanto jejum…
A vida em luta já sem importância,
Que o nome deste lugar colorido
Lê-se numa placa que diz: Nenhum.
24 de Março de 2010