Sei que ontem não estiveste a meu lado,
E que mais um dia passou e nada
De ti, só gemidos tristes do fado,
Eu oiço de manhã à madrugada.
Vai neste soneto grande recado,
Vai amor em cada palavra dada,
Vai proceloso ciúme matado,
Vou eu em cada sílaba cantada.
E vou neste comboio enlouquecido,
Onde passo vidas da minha vida,
Triste, abandonado e sempre esquecido…
Em cada destino, regresso ou ida,
Ver-te em qualquer rosto desconhecido,
É o consolo que tenho, querida…
01 de Março de 2001