Pôs-se alta a lua no céu da tristeza,
Disseram-me os olhos desorbitados,
Errantes pelo vácuo da beleza,
Buscando planetas nunca habitados.
Na lua há sempre uma certa incerteza,
Mentira talvez nos seus dois estados,
Mas quem não mente mantendo a pureza,
Junto dos filhos seus demais amados?
Não sou cavaleiro, mas sou andante,
Olho para ti e sonho ser gigante,
Estendo-te a mão, a mão da loucura…
Vens a mim, rodo-te pela cintura,
E escondidos na tua parte escura,
Viveremos eternos neste instante.
16 de Março de 2011