Dou-me em versos da memória vã,
Num ápice de vertigem sem ti,
O sonho em que acordado adormeci,
Os restos da panaceia malsã.
Erraram pela noite, minha irmã,
Escuro medonho que não temi,
Buscaram a verdade que menti,
Sagrada a estola que foste pagã.
Já tantos os versos alucinados,
Nascidos das febres dos sentimentos,
Esporas no meu cérebro cismado…
Deixo a quem quiser de mim os bocados,
Feitos em palavras, que as leve os ventos,
Sou do passado além-morte e indomado.
19 de Fevereiro de 2023
Viriato Samora