Fui visitar-te no prado florido,
Onde intemporal uma flor te enfeita,
Esse cadáver ali renascido,
Em cada vez que comigo se deita.
Não há cipreste mais entristecido,
Nem estatuária mais perfeita,
Do que a flor sobre o teu corpo estendido,
Pugnando para se manter direita.
Tu, que comigo à campa foste um dia,
Do homem que nos ombros pesou o mundo,
Como eu pesei no abraço que me deste…
Morreu por fim a flor na laje fria,
Sentindo o sentir intenso e profundo,
Nesse mesmo coval virado ao leste.
15 de Junho de 2009