Despontam dos teus braços vastos em deleite
os gritos do prazer antecipado, do ameno desejo
do toque, do afago, do tacto do meu corpo desnudo,
vestido e serenado, apenas pela pele das tuas mãos.
Emergem os nossos beijos colados na vácua distância
que separa a tua da minha boca...
Nos vitrais correntios calafetados por filamentos
de purpuras nuvens algodoadas, na boreal manhã
das próprias madrugadas, os corpos cedem-se,
reconhecidos, no proscénio d’actores.
E dos segredos deste espaço que é só nosso,
aos Deuses do Panteão, pecadora me confesso...
E lhes digo que se é pecado morrer viva
no enlevo dos teus braços, amado, então que se
faça em mim Madalena, hoje e agora e de agora
até sempre ... a santa-pecadora.
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