Prosas Poéticas : 

Solidão, magreza do ser

 
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Solidão, magreza do ser
 
Sim, é isso que ele quer, um luxo material que corresponda à preciosa bagagem interior que carrega no cérebro, também um conforto físico que amorteça uma queda de alma vazia em pedra rija, anseia por sofás, jacuzzis, televisões e automóveis que suprimam as dores da insatisfação, da revolta, os odores da perturbação e da tristeza do espírito, busca salas climatizadas onde o frio que sente nos ossos se afogue, massagens exóticas que amassem o ermo descampado que lhe habita a pele, até sexo fácil e mordomos servirão se mitigarem a magreza do ser, a insegurança, a incerteza de um ventre côncavo de fome, o travo amargo do desconhecimento de si mesmo, é o Inverno desértico da solidão, a fúria de não ser capaz de a abraçar, de não ser capaz de deixar alguém abraçá-la, de deixar alguém abraçá-lo a ele, abraçá-lo a ele nela, a solidão.


Não precisas de responder às tuas questões. Precisas é de questionar as tuas respostas.

 
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Andraz
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