Poemas : 

sim, eu confesso...

 

Rasgo-te, em cada palavra
Brota de mim um instinto puro
Na auto-preservação
Da minha demência,
Alimentada pelo sangue que te derramo.
Não procuro sequer desculpas.

Rasgo-te prostituído pela vontade de te possuir
Não só o corpo, antes a alma
Que me dizes minha mas que a distancia, teima
Em adiar presente nas dores que te (nos) provoco.

Rasgo-te no impulso do meu querer vagabundo e clandestino
Gumes afiados por dentro do teu bem-querer
Que sei que tens, que sei que me dedicas
No porfiar das promessas que me fazes.

Rasgo-te sem que o consintas
Quiçá pesado na desilusão da saudade
Sempre presente, nunca saciada.
Que de ti meu amor, angustia da alma,
Sorriso do meu ser
Nunca me sacio… a saudade é ela própria
O rasgo do meu querer
 
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jaber
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Enviado por Tópico
FatinhaMussato
Publicado: 03/04/2009 13:55  Atualizado: 03/04/2009 13:55
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 Re: sim, eu confesso...p/ Jaber
Olá, Jaber!

Quanta paixão, pincelada por mágoas, nestes versos que hoje nos trazes!

"Rasgo-te sem que o consintas
Quiçá pesado na desilusão da saudade
Sempre presente, nunca saciada.
Que de ti meu amor, angustia da alma,
Sorriso do meu ser
Nunca me sacio… a saudade é ela própria
O rasgo do meu querer"

Beijinhos carinhosos,

Fatinha.


Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 03/04/2009 14:13  Atualizado: 03/04/2009 16:23
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 Re: sim, eu confesso...
Poeta, este teu racional instinto
De auto preservar-se e rasgar as
Fantasias... Bem
Sei que temes as minhas
Garras afiadas, nos afastando dos
Sentires e nos matando de saudades.

Rasgas os versos de ansiedade,
As nuas verdades que afloram
E em teu peito a batida é
Contraditória.
Porfiado coração que ama sem
Razão e gera um homem á
Beira do abismo querendo
Atirar-se ás chamas do inferno.

Porque não transformar a poesia?
Agarra-te à barra do meu vestido,
Diga que me quer, que me ama,
Que teu desejo vadio é o passaporte
Para deixes de ser clandestino em
Meu corpo que tua ausência
Reclama!

Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 03/04/2009 14:16  Atualizado: 03/04/2009 14:16
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 Re: sim, eu confesso...
Atrevi-me e respondi, ao meu estilo,
peguei leve! rsrsrsrs, bjs


Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 03/04/2009 14:25  Atualizado: 03/04/2009 14:25
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 Re: sim, eu confesso...
de improviso, precisei acertar o meu escasso português, rsrsrsrsrs
peguei leve é gíria, quer dizer que não fui
muito a fundo entende? (Sensual)


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/04/2009 14:51  Atualizado: 03/04/2009 14:51
 Re: sim, eu confesso...
Podia pegar no telefone e dizer-te o que te vou dizer. Podia.
Podia até nem o fazer, mas também não vejo porque não.
Não gostei nem um bocadinho deste texto. Confuso e cheio de lugares comuns, vê lá tu...
Não gosto da tua escrita neste tipo de registo, e como tenho afinidade e empatia por ti, que penso ser mútua, digo-te.
Na minha opinião perdes tempo por este lado. A não ser que realmente queiras ficar por aqui. Nesse caso, deixo de te comentar.
Um abraço Zé Valente


Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 03/04/2009 16:06  Atualizado: 03/04/2009 16:06
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 Re: sim, eu confesso...
pelo visto a Torre caiu pesada e eu
fui atingida nos escombros.
Sou tão mal vista assim? já sei vou
fazer um benzimento na tentativa de
exorcizar essa loura que está encostada
em mim e que escreve esses poemas sensuais.



Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 03/04/2009 17:05  Atualizado: 03/04/2009 19:29
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Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: sim, eu confesso...
Jaber, de facto o que a poesia tem de extraordinário
é que permite que várias sensibilidades a sintam de uma forma absolutamente antagónica.
Este poema está lindíssimo.
Sei que os poemas de amor, ou este tipo de poemas podem ser interpretados por algumas sensibilidades como lamecha,blablabla, blablabla.
Tudo bem! Cada um come do que gosta e ninguém me pode garantir que quem gosta de sardinha, tenha pior gosto do que quem gosta de lagosta.
Por acaso também tinha gostado muito do poema anterior,http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=76742.
Resumindo, a diversidade de opiniões é sempre salutar, e grande gaita, não há nada nem ninguém que possa afirmar que é detentor da verdade absoluta!
Belo poema, portanto, vai para os meus favoritos.
Um beijo,
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/04/2009 18:39  Atualizado: 03/04/2009 18:53
 Re: sim, eu confesso...
Jaber,
Aprecio imenso o escritor que não se deixar "engessar" por um estilo de escrita.Gosto da verver que voa da crítica ao humor, do terror ao amor.
Escrever é um ato de liberdade solitária, no qual o poeta ou prosador coloca nas letras o que vem da vontade ou inspiração.Lindo poema de sentimentos rasgados!Gosto muito de poemas assim.
Bjins, Betha.


Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 03/04/2009 18:45  Atualizado: 03/04/2009 18:45
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Localidade: Braga
Mensagens: 8104
 Re: sim, eu confesso...
Concordo plenamente com a Vony e com a Betha, afinal este poema é muito bem interpretado pelas mulheres, como escrito por uma alma sensível, que entende da dor e do amor. Lamechiche, isso existe? Só se for para machões e falsos durões...Tenho visto tantos destes a chorar escondidos pelos cantos...Força Jaber.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/04/2009 18:55  Atualizado: 03/04/2009 18:55
 Re: sim, eu confesso...
Tu és um faroleiro!!

Sabes porque digo isto, mas até gostei do poema, embora não seja esta a tua veia principal...



Bj

Luisa Raposo


Enviado por Tópico
flavio silver
Publicado: 03/04/2009 19:02  Atualizado: 03/04/2009 19:11
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Localidade: barcelos
Mensagens: 1001
 Re: sim, eu confesso...
um poema com a alma cheia, nota-se.
abraço


Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 04/04/2009 00:15  Atualizado: 04/04/2009 00:15
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: sim, eu confesso...
José,

E quem confessa não merece castigo...

Belíssimo poema.
Abraço


Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 04/04/2009 00:18  Atualizado: 04/04/2009 00:18
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Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: sim, eu confesso...
Sim, eu confesso... Já li e reli este poema umas quantas vezes. Gosto imenso dele. Mais que isso, adoro o poema. Eu sei que sou suspeita porque gosto de poemas de amor. Mas há poemas e poemas, mesmo quando o assunto é o tão falado amor. E este está muito bom, com imagens muito belas. Como por exemplo esse rasgar e esse aproximar de alma!
Excelente Jaber! E favorito!

Beijo


Enviado por Tópico
Antónia Ruivo
Publicado: 04/04/2009 01:01  Atualizado: 04/04/2009 09:03
Membro de honra
Usuário desde: 08/12/2008
Localidade: Vila Viçosa
Mensagens: 3855
 Re: sim, eu confesso...
Passei o serão a ler e reler o teu poema já estou como a Vera.... sinceramente acho que este não é o teu estilo, já li poemas de amor teus que achei divinos, mas é como tu dizes porque havemos de seguir em linha recta porque não enviesar de vez em quando,corremos por gosto afinal. deixo-te escrito de outra maneira o que sinto em relação a isto tudo, acabadinho de sair da forma, beijinhos

Palavra que chegaste vazia, em chagas
Servem-se de ti sem cuidado ou pudor
Transfigurada em versos de dor, torpor
Retalhada na lamina de uma adaga

Mãos atadas por sinuosas e geladas algemas
Presa no ódio, venerada e beijada no amor
Ai palavra, lembras-me um pobre agricultor
Tanta terra a semear, tão grande falta de enxadas

Só tu entendes os meus desabafos frios
Rebuçados sem sabor, de fel, tão amargos
Só em ti confio, és o meu negro instinto

Só eu te sinto em labaredas mornas… vivas
Cruel vaidade de medos e raivas tingidas
Dizendo-te as verdades no tanto que te minto


Enviado por Tópico
mim
Publicado: 06/04/2009 17:18  Atualizado: 06/04/2009 17:18
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Mensagens: 2857
 Re: sim, eu confesso...
Gostei mesmo muito desta tua confissão!

Beijocas doces sempre


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/04/2009 18:42  Atualizado: 17/09/2012 22:45
 Re: sim, eu confesso...
há muito queria fazer-lhe uma surpresa. valeu a pena esperar. entre os muitos belos poema seus um que eu pudesse declamá-lo. e esse tem toda a musicalidade para tal. ofereço-o a ti, mas como sei que és um grande declamador; ponho-o prova.

segue com o meu abraço fraterno xará.
Silveira