Dorme a noite em sobressalto
rodopiando os sentidos em bruma
estranha cadência a definir.
Acordam águas e marés
pedras adiadas regresso
miragem furtiva de lamento
num dormente nevoeiro.
Soluçam naus e velas despidas
almas presas...impacientes
à tempestade que o vento apronta
mantos estendidos escorrendo ondas.
Na noite tudo se perde...tudo se aprende
sombras esguias em desvario
viagens risos e perfumes.
Terra molhada em passos escuros
gritos silenciados na alma
raízes rasgadas ao pranto.
Soltam-se a sorte e a saudade
presenças e vontades
sentinelas luminosas de momentos.
Batem asas o som da noite em crepúsculo
trazendo o efeito elaborado da madruga.
Eduarda